terça-feira, 5 de outubro de 2010

 A Política Brasileira nos últimos 20 anos

     Bem sabemos que ocorreram diversas transformações na sociedade brasileira, principalmente nos últimos 20 anos, cujas mudanças se fizeram sentir na Constituição de 1988, alteraram significativamente esse panorama. Os demais poderes e instituições do Estado assumiram um novo papel no processo político e na determinação dos rumos escolhidos pela Nação.

    O Brasil continua padecendo de falta de credibilidade em aspectos-chave, como a segurança em relação aos contratos, e carrega a pesada herança dos equívocos que foram incorporados à Constituição de 1988. Mas no decorrer dos últimos vinte anos o país domou a inflação, integrou-se à economia mundial, aprovou uma lei de responsabilidade fiscal e ainda conseguiu completar a transição democrática, com quatro eleições diretas para presidente e um impeachment. Vemos a partir de então uma melhoria política e mudanças significativas.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mas e a corrida pelo Oscar?



Por Larissa Leiros Baroni
     

     Em 1963, pela primeira vez, o Brasil disputou o prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar, com "O pagador de promessas", de Anselmo Duarte. Depois de um jejum de 33 anos, o País voltou, em 1996, à festa norte-americana com "O quatrilho", de Fábio Barreto. O filme abriu portas para uma nova geração e, em 1998, foi a vez de "O que é isso Companheiro", de Bruno Barreto, seguido de "Central do Brasil", de Walter Salles (1999). Em 2002, "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, conseguiu, pela primeira vez, colocar o Brasil na disputa dos prêmios técnicos, com indicações para Melhor Direção, Melhor Montagem, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia. Mesmo com tantas participações, não foi possível obter uma vitória.
      Vencer um festival internacional só para enfeitar a estante não faz muito sentido e, muito menos, recompensa todo o investimento despedindo na produção de um filme. Para o professor de Cinema da UFF (Universidade Federal Fluminense), Tunico Amansio, a visibilidade é o principal prêmio dessas grandes festas. "Trata-se de uma porta de entrada do cinema nacional para o mundo. Uma maneira de o Brasil mostrar o que tem feito e, ainda, divulgar o seu potencial ao setor internacional", garante. Para Amansio, essa nova forma de fazer propaganda (com pouca verba) tem surtido bastante efeito. "Ela é boa para fortalecer a imagem dos países participantes e, principalmente, para aumentar as possibilidades de expansão da veiculação dos filmes concorrentes nos quatro cantos do planeta", ressalta.
Não há dúvidas de que a conquista de um prêmio ou de uma menção honrosa em um festival internacional amplia a visibilidade e as oportunidades. Esse é o caso do filme "Cidade de Deus", que após sua participação ovacionada no Festival de Cannes, ganhou espaço de veiculação em salas de cinemas de diversos países.
De acordo com o ator e diretor José Wilker, por falta de espaço no próprio mercado interno, os festivais estrangeiros se tornaram parte da carreira dos filmes brasileiros. "No Brasil, só existem 2.000 salas de cinema. Além de poucas, a maior parte delas é ocupada por filmes hollywoodianos e os brasileiros acabam ficando para escanteio. A alternativa, então, é participar dessas grandes festas", explica. Uma questão que, para o diretor, é paradoxal. "Fazemos muito sucesso lá fora e não somos nem conhecidos dentro do País", lamenta.
Assim, muitos diretores aproveitam a repercussão internacional para expandir suas obras no próprio país. "O 'Central do Brasil' foi lançado aqui com uma visibilidade bastante tímida. Só depois do Festival de Berlim, com o relançamento do filme nos cinemas, é que ele explodiu em território brasileiro", relembra o professor Barone.
Além disso, os festivais internacionais funcionam como uma vitrine aos caçadores de talentos. "As principais festas estão rodeadas por diversos profissionais envolvidos no setor cinematográfico", confessa o crítico Mattos. Não é à toa que Rodrigo Santoro, Alice Braga e Sônia Braga, artistas brasileiros, já atuam em superproduções norte-americanas. E a busca por profissionais não se restringe a atores. O diretor Fernando Meirelles também ganhou o seu espaço no cenário internacional e, depois de "Cidade de Deus", teve a oportunidade de dirigir o filme "Jardineiro Fiel" com a participação de atores de grandes produções norte-americanas.
Para consolidar a presença do Brasil no mercado internacional, o crítico Mattos acredita que é preciso fazer um trabalho de formiguinha. "Percorrer festival por festival, durante todo o ano", diz. Mas, para ele, não se pode acompanhar essa trajetória como se fosse uma Copa do Mundo. "Sentimentos nacionalistas, de dizer que é preferível ganhar um festival com um filme ruim do que não ganhar nada, devem ser deixados de lado", conclui.









Fonte: http://universia.com.br/materia/imprimir.jsp?id=15419

26/08/10 às  15:23

Lei Rouanet



A Lei nº 8.313 de 1991 mais conhecida como Lei Rouanet, instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC), que canaliza recursos para o desenvolvimento do setor cultural, com as finalidades de: estimular a produção, a distribuição e o acesso aos produtos culturais (CDs, DVDs, espetáculos musicais, teatrais, de dança, filmes e outras produções na área Audiovisual, exposições, livros nas áreas de Ciências Humanas, Artes, jornais, revistas, cursos e oficinas na área cultural, etc.); proteger e conservar o patrimônio histórico e artístico; estimular a difusão da cultura brasileira e a diversidade regional e étnico-cultural, entre outras.
O PRONAC funciona por meio dos seguintes mecanismos de apoio:
- Fundo Nacional de Cultura (FNC) - Com os recursos do FNC o Ministério da Cultura pode realizar uma série de ações, tais como: concessão de prêmios; apoio para a realização de intercâmbios culturais e outros programas divulgados por edital; apoio para propostas que não se enquadram em programas específicos, mas que têm afinidade com as políticas públicas e relevância para o contexto aonde irão se realizar (demanda espontânea), entre outras.
- Incentivos Fiscais - por meio deste mecanismo, titulares de iniciativas que não se enquadram nos programas do Ministério da Cultura e nas políticas públicas traçadas em determinado período, mas que têm consistência e relevância para competir no mercado, podem buscar apoio junto a pessoas físicas pagadoras de Imposto de Renda (IR) e empresas tributadas com base no lucro real, que por sua vez terão benefícios fiscais sobre o valor incentivado;

A gestão dos mecanismos de Incentivos Fiscais e do FNC para a execução de propostas culturais atualmente está assim distribuída pelas secretarias do Ministério da Cultura:
- Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura (Sefic) - Fundo Nacional da Cultura (demanda espontânea, edital e Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural) e Incentivo Fiscal. Áreas contempladas: Artes Cênicas, Artes Visuais, Artes Integradas e Patrimônio Cultural.
- Secretaria do Audiovisual (SAV) - Fundo Nacional da Cultura (demanda espontânea e edital) e Incentivos Fiscais. Áreas Contempladas: Audiovisual.

Com todos os atrativos oferecidos pela Lei Rouanet as grandes empresas investiram mais proporcionando produções com qualidade superior, despertando um maior interesse do grande público ao aboradar temas mais atuais/casuais na sociedade brasileira como em “Cidade de Deus”, “Tropa de Elite”, não esquecendo das comédias inspiradas em nossas obras literárias e/ou séries de TV. A mudança no foco dos temas dos roteiros juntamente à maior disponibilidade de verba aproximou o público do cinema nacional ao propor uma maior integração ao cenário sociel em que os mesmos estão inseridos.











Fonte: http://www.cultura.gov.br/site/categoria/apoio-a-projetos/mecanismos-de-apoio-do-minc/lei-rouanet-mecanismos-de-apoio-do-minc-apoio-a-projetos                                                                                    
                                                                                                                                    26/08/10 às 23:47

Filmes com Tecnologia 3D

Filme 3D é um filme onde as imagens são codificadas de forma a dar ao espectador a ilusão de uma terceira dimensão espacial.
Com o surgimento nos últimos anos do 3D Digital animadores e cineastas podem enganar seus olhos de uma forma mais real como se você realmente estivesse vendo o filme através de uma janela entre o mundo real o mundo fantástico do cinema.
Mas não é tão simples, tudo depende de ilusões de ótica para criar cenas panorâmicas e com profundidade ou objetos que parecem saltar da tela. Os humanos têm visão binocular, ou seja, cada olho enxerga uma imagem diferente e o cérebro ás combina em uma única imagem. O cérebro utiliza a sutil diferença angular entre as duas imagens para auxiliar na percepção de profundidade.
Nos filmes em 3D antigos usavam-se imagens anáglifas para tirar vantagem da visão binocular, essas imagens incluem duas camadas de cor em uma única tira do filme reproduzida por projetor. Uma das camadas era predominantemente vermelha e a outra azul ou verde, para assistir se usava um óculos 3D apropriado para o filme. As lentes coloridas forçavam um olho a enxergar a seção vermelha da imagem e a outra azul ou verde, devido à diferença entre as duas imagens o cérebro as interpreta como uma imagem em três dimensões. Essa tecnologia já fez com que pessoas tivessem dor de cabeça, lesões oculares e náusea.
A tecnologia 3-D digital também utiliza imagens para enganar sua visão. Porém, em vez de usar cores para filtrar as imagens em cada olho, a maioria dos sistemas utiliza a polarização. Lentes polarizadas filtram apenas ondas de luz que são alinhadas na mesma direção. Num par de óculos 3-D, cada lente é polarizada de forma diferente. Em alguns óculos, existe uma diferença de 90 graus na polarização. Outros utilizam diferentes alinhamentos de polarização circular. A tela é especialmente desenvolvida para manter a polarização correta quando a luz do projetor é refletida. Nos filmes que utilizam essa tecnologia, em vez de um amontoado de imagens vermelhas e verdes, as imagens ficam um pouco embaçadas, quando vistas sem os óculos.
Um filme em 3-D digital usa um ou dois projetores digitais para reproduzir a imagem na tela. Estruturas com dois projetores utilizam um deles para reproduzir a imagem para o olho esquerdo e o outro, para o olho direito. A luz que forma cada imagem é polarizada a fim de igualar as lentes correspondentes. A maioria dos sistemas de um único projetor utiliza um dispositivo de polarização posicionado acima da lente do projetor. Esse dispositivo é uma placa polarizada que permite a passagem de luz para apenas uma das duas imagens de cada vez. Em sistemas de um único projetor, cada olho enxerga sua imagem para cada quadro do filme, de duas a três vezes, numa sucessão extremamente rápida. Seu cérebro interpreta isso como uma imagem tridimensional contínua. Alguns sistemas utilizam óculos ativos que se sincronizam com o projetor usando ondas de rádio, mas costumam serem mais pesados e mais caros do que os óculos polarizados.



Fonte: www.pt.wikipedia.org/wiki/Filme_3D
25/08/10 às 10:30

Sabe quem é "José Mojica Marins"?

      José Mojica Marins (São Paulo, 13 de março de 1936), cineasta, ator, roteirista de cinema e televisão brasileiro. Mojica também é conhecido como Zé do Caixão, seu personagem mais famoso. Embora Mojica seja conhecido principalmente como diretor de cinema de terror, teve trabalhos anteriores cujos gêneros variavam entre faroestes, dramas, filmes de aventura, dentre outros, incluindo filmes do gênero pornochanchada, filmes de comédia-sexo soft-core populares, no Brasil, durante aquela época. [1] Mojica desenvolveu um estilo próprio de filmar que, inicialmente desprezado pela crítica nacional, passou a ser reverenciado após seus filmes começarem a ser considerados cult no circuito internacional. Mojica é considerado como um dos inspiradores do movimento marginal no Brasil.

     Depois que ganhou uma Câmera V-8, aos 12 anos, não mais parou de fazer cinema, essa era a sua vida. Muitos de seus filmes artesanais feitos nessa época eram exibidos em cidades pequenas, cobrindo assim os custos de produção. Autodidata, montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos e quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, fundou com ajuda de amigos, a Companhia Cinematográfica Atlas. Especializado em terror escatológico, criou uma escola de atores (1956), onde na década seguinte, montaria uma sinagoga (1964), no bairro de Brás, onde fazia experiências com atores amadores, usando insetos para medir sua coragem.
O Personagem: Zé do Caixão

      Mojica Marins criou um personagem popular sem basear-se em nenhum mito do horror conhecido mundialmente. "Zé do Caixão", seu personagem mais conhecido, foi criado por ele em 11 de outubro de 1963, após ser atormentado por um pesadelo no qual um vulto o arrastava até seu próprio túmulo. Segundo o próprio José Mojica Marins, o nome Zé do Caixão veio de uma lenda de um ser que viveu há milhões de anos no planeta terra que se transformou em luz e depois de anos esta luz voltou a terra. A primeira aparição do personagem foi no filme À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1963). Desde então, ele apareceu em diversos filme, ganhou popularidade e tem sido retratado em diversas outras mídias.

      Embora raramente mencionada nos filmes, o nome verdadeiro Zé do Caixão é Josefel Zanatas. Marins dá uma explicação para o nome em uma entrevista para o Portal Brasileiro de Cinema: [4]

     " Eu fui achando um nome: Josefel – “fel” por ser amargo – e achei também o Zanatas legal, porque de trás para frente dava Satanás".

— José Mojica Marins Portal Brasileiro de Cinema

      Zé do Caixão é um personagem amoral e niilista que se considera superior aos outros e os exploras para atender seus objetivos. Zé do Caixão é um descrente obsessivo, um personagem humano, que não crê em Deus ou no diabo. O cruel e sádico agente funerário Zé do Caixão é temido e odiado pelos habitantes da cidade onde mora. O tema principal da saga do personagem é sua obsessão pela continuidade do sangue: ele quer o pai da criança superior a partir da "mulher perfeita". Sua idéia de uma mulher "perfeita" não é exatamente físico, mas alguém que ele considera intelectualmente superior à média, e nessa busca ele está disposto a matar quem cruza seu caminho.

      Quanto à concepção visual do Zé do Caixão, fica evidente a inspiração do personagem clássico Drácula (interpretado por Bela Lugosi na versão da década de 30, dos estúdios Universal). Entretanto, Mojica acrescentou aos trajes negros e elegantes do personagem características psicológicas profundas e enraizadas nas tradições brasileiras. Além disso, as unhas grandes foram claramente inspiradas no personagem Nosferatu.

       Mojica Marins afirma que a idéia do personagem surgiu em um sonho.



Cláudio Cunha conta como era gostoso o nosso cinema

        Na década de 1970, Cláudio Cunha foi um dos mais poderosos produtores da chamada “Boca do Lixo” paulistana, local onde se produziram os principais filmes do ciclo conhecido como “pornochanchada”. Entre os grandes sucessos do produtor e diretor estão títulos hoje pouco lembrados, mas que levaram milhões de brasileiros ao cinema, tais como “Snuff – Vìtimas do Prazer” (1977), “Amada Amante” (1978) e “A Dama da Zona” (1979).


        Afastado do cinema desde a metade dos anos 80, hoje, Cláudio Cunha, aos 58 anos, está no livro Guinness como produtor e ator do espetáculo teatral mais longevo do mundo: “O Analista de Bagé”, em cartaz nos teatros brasileiros desde 1983. Nesta entrevista exclusiva ao cinequanon.art.br, ele solta o verbo e diz o que pensa do passado, do presente e do futuro do cinema brasileiro.


Fale um pouco sobre como você chegou ao cinema.



Cláudio Cunha – Minha primeira participação no cinema foi como ator, num filme do Roberto Mauro chamado “As Mulheres Amam por Conveniência” (1972). Na época, eu tinha uns 20 e poucos anos, e estava dando os primeiros passos na carreira: trabalhava na TV Excelsior como assistente de estúdio, e tinha planos de me tornar ator. Mas, o mais curioso foi como cheguei a querer me tornar ator. Durante a segunda metade da década de 1960, eu era funcionário público, havia conseguido este cargo por que fiz um discurso para o Adhemar de Barros (governador da época) que me colocou na Caixa Econômica Estadual, na Carteira Hipotecária. Era um alto emprego. Mas, em 1967, fui baleado numa briga de rua, fiquei um ano no Hospital do Servidor Público com a bala alojada na coluna cervical e, deprimido, num certo dia, decidi me jogar pela janela. Então, o Nicolau, um cara que tinha se operado das amídalas e que dividia o quarto comigo, me puxou, e quase teve uma hemorragia de tanto gritar socorro. A história ficou famosa, tenho até algumas reportagens antigas que falam sobre isso... Pois bem, depois desse episódio, ainda no hospital, assisti a um filme (cujo título não lembro) que falava sobre um jogador de basquete que sofrera um acidente parecido, e esse filme me deu força para enfrentar todo o problema. Comecei, assim, a me interessar por cinema e, no hospital mesmo, já comecei a pedir livros sobre o assunto. E decidi: “se eu sair daqui, vou me meter na vida artística”. Então, quando saí do hospital, nunca mais voltei para a Caixa Econômica: abandonei meu emprego e comecei a ser figurante da TV Excelsior.


Veja mais da entrevista em: http://www.cinequanon.art.br/index.html

Pornochanchada

         Pornochanchada é um gênero do cinema brasileiro, comum na década de 70. Surgiu em São Paulo, e contou com uma produção bem numerosa e comercial. A mais conhecida produção era a da chamada boca do lixo, região de prostituição existente na zona central da cidade de São Paulo. Dessa fonte despontaram vários diretores de talento (Cláudio Cunha; Alfredo Sternheim; Ody Fraga; Fauzi Mansur, entre outros) que souberam usar o que dava bilheteria na época (filmes eróticos softcore) para fazer filmes de grande valor estético e formal. Chamado assim por trazer alguns elementos dos filmes do gênero conhecido como chanchada e pela dose alta de erotismo que, em uma época de censura no Brasil, fazia com que fosse comparado ao gênero pornô, embora não houvesse, de fato, cenas de sexo explícito nos filmes. A censura, que não era política mas de costumes, exigia que os filmes cumprissem diversas exigências, sem as quais os mesmos seriam sumariamente proibidos (muitos foram liberados totalmente retalhados pelos cortes, o que os tornava incompreensíveis). Dentre essas exigências, havia várias como mostrar um seio de cada vez, etc.       
          Com o tempo, essa e outras exigências foram amenizadas com a liberação dos costumes e a abertura política iniciada em 1977, até que com o fim da censura em 1984, o gênero foi substituído pelos filmes pornográficos exibidos em salas especiais.

A pornochanchada revelou algumas atrizes que depois ficaram famosas na TV e passaram, de certa forma, a esconder de seus currículos a participação nos filmes do gênero.

Surgimento e auge

      Surgiram como filmes feitos para a grande massa, muito influenciada pelas comédias populares italianas. A cota de exibição obrigatória de filmes brasileiros, uma das muitas medidas de desenvolvimento econômico e cultural criadas pela chamada Ditadura Militar, dava espaço para o desenvolvimento desse gênero - a lei obrigava as salas de exibição a exibir uma cota de filmes nacionais por ano.

      O sucesso de público também foi essencial para o gênero pois possibilitou que os filmes ficassem por mais semanas em cartaz. Ao contrário do que comumente se pensa, eles não eram financiados pela Embrafilme mas sim por produtores independentes, comerciantes locais, ou quem mais se interessasse, porque eram de fato muito lucrativos.

Decadência

      A pornochanchada iniciou sua decadência nos anos 80, com o fim da obrigatoriedade das cotas de exibição de fitas nacionais, o surgimento do videocassete e a exibição de filmes de sexo explícito nos cinemas.
      Com o fim delas acabou também a fama e o estrelato de alguns atores e atrizes que não conseguiram mudar de estilo ou ir para a TV. Alguns conseguiram pequenos trabalhos na televisão e no teatro, como Matilde Mastrangi, David Cardoso, Nicole Puzzi e Aldine Muller, enquanto outros simplesmente desapareceram, como Helena Ramos, Zaira Bueno, Noelle Pinne, Carlo Mossy, Rossana Ghessa, Zilda Mayo e Francisco Di Franco.
      Segundo Matilde Mastrangi [1], o grande problema para eles é que não tinham talento para continuar fora da pornochanchada.

Consequências

        A maior consequência do gênero foi marcar o cinema brasileiro como sinônimo de um cinema repleto de nudez e de palavrões. Durante os anos 90 foi comum as emissoras de tv exibirem filmes nacionais em horários avançados, dando a entender que seriam como sessões eróticas. Destacam-se aqui os programas "Sala Especial", na TV Record, no começo dos anos 80, e "Cine Brasil", na CNT, entre 1997 e 1998.